Marca própria é o termo utilizado para definir produtos fabricados de uma empresa para outra – a rede varejista que compra os itens será responsável por sua distribuição ao mercado. Um exemplo bastante conhecido são as marcas próprias de supermercados.
Recentemente, uma pesquisa da NielsenIQ revelou que o investimento nesse tipo de produto vem crescendo no Brasil – apenas no primeiro quadrimestre de 2022, houve um aumento de 7,68% nos gastos com produtos de marca própria em relação ao mesmo período de 2021. O estudo ainda apontou que as marcas próprias já estão presentes em 34% dos lares do País.
Conforme explica Gerson Gasparini, gestor de Marketing da Vidora Farmacêutica, o mesmo acontece no varejo farmacêutico, pois as drogarias também podem ofertar medicamentos, suplementos e cosméticos de marca própria aos seus clientes.
Gerson aponta três grandes benefícios para as farmácias que trabalham com marca própria:
- Incremento na margem de lucratividade;
- Aumento da fidelização de clientes, pois a marca pode ser encontrada apenas naquela loja/rede;
- Redução da concorrência predatória na disputa por preços.
Como garantir a qualidade da marca própria?
As indústrias do setor de saúde precisam preencher uma série de pré-requisitos para produzirem medicamentos, cosméticos e suplementos com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O ideal é que o varejista busque referências antes de escolher o fabricante da sua marca própria. É importante verificar a documentação, pesquisar para quais empresas cada fornecedor produz e, se possível, visitar a fábrica para conhecer os processos. Se o cliente reconhecer a qualidade do produto, ele voltará a comprar”, explica.
É viável para qualquer farmácia?
De acordo com Gerson, a marca própria é pouco viável para farmácias independentes e redes pequenas, porque as indústrias trabalham com fabricação de itens em grandes quantidades. Portanto, se uma pequena loja ou rede comprar um alto volume de produtos, é provável que não consiga vender tudo até o vencimento da data de validade, o que acarretaria prejuízos financeiros com os produtos parados em estoque.
“Nas grandes redes, esse problema não acontece, porque elas possuem muitos canais de venda para a comercialização rápida dos itens de marca própria até o vencimento do produto”, pontua.
Como independentes e pequenas redes podem se diferenciar?
Segundo o especialista, uma boa alternativa para redes menores e drogarias de pequeno porte é trabalhar com a marca exclusiva, que é diferente da marca própria.
“A marca exclusiva é fornecida exclusivamente para uma determinada região e as compras são feitas com base na demanda, e não em grandes lotes. Ela não conta com o logotipo da farmácia estampado no rótulo, mas consegue aumentar o ticket médio da loja e até a lucratividade, porque os produtos de marca exclusiva são adquiridos por um valor baixo. Em geral, os benefícios são os mesmos da marca própria”, acrescenta Gerson.
Dicas para ter sucesso com a marca própria
Por fim, Gerson destaca quais são os principais pontos de atenção para ter uma estratégia de marca própria bem-sucedida na farmácia:
- Pesquise sobre o portfólio de produtos que você pretende vender como a marca própria;
- Treine a equipe;
- Planeje a divulgação;
- Procure fornecedores qualificados;
- Ofereça produtos de qualidade.
Esse conteúdo também está disponível em formato de entrevista em vídeo no canal do YouTube da Farma Contábil, contabilidade especializada no varejo farmacêutico