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Como fazer do farmacêutico o seu braço direito

Uma relação sadia entre proprietário de farmácia e farmacêutico vai fazer bem aos dois lados, tanto para o crescimento da empresa quanto para o desenvolvimento da carreira.
Como fazer do farmacêutico o seu braço direito
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A lei é clara: toda farmácia deve ter um farmacêutico como responsável técnico! Mas será somente isso? Lógico que não! Muito melhor é ter um profissional engajado, motivado, conhecedor das estratégias do negócio e alinhado a elas. Uma relação sadia entre proprietário de farmácia e farmacêutico vai fazer bem aos dois lados, tanto para o crescimento da empresa quanto para o desenvolvimento da carreira.

Quem entende bem desse assunto é o executivo, consultor e professor farmacêutico Salomão Kahwage, que foi gestor em duas grandes redes do varejo farmacêutico, na região Norte do País. “Para a prosperidade da farmácia, é fundamental que proprietário e farmacêutico tenham uma boa relação profissional. O atendimento, a qualidade do serviço, o controle dos processos e o alinhamento da equipe certamente serão melhores e mais eficientes quando essa relação for de parceria e compreensão”, defende o farmacêutico, que atualmente administra um hospital em Belém.

Nos últimos anos, com o avanço dos serviços clínicos e a publicação de normas que ratificam o status da farmácia como estabelecimento de saúde, como a Resolução RDC 44/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em processo de revisão e atualização, e Lei Federal 13.021/2014, o papel do farmacêutico avançou significativamente no varejo farmacêutico, favorecendo o surgimento de novas atividades que por ele pudessem ser desempenhadas.

No entanto, a motivação para as novas funções que despontaram recentemente e a entrega dos resultados esperados pela empresa estão diretamente relacionadas ao perfil do farmacêutico contratado. Para Salomão, o primeiro passo é o processo de recrutamento e seleção, momento em que o recrutador precisa identificar farmacêuticos que tenham aptidão para o varejo.

Leia também: 5 indicadores de desempenho que a farmácia deve medir sempre

Farmacêutico alinhado às estratégias do negócio

“Observa-se, muitas vezes, que os farmacêuticos que iniciam suas atividades nas drogarias não estão alinhados com o negócio. Até que eles consigam entrar no ritmo e entender como funcionam o atendimento e os processos leva tempo, e pode ser tempo suficiente para comprometer a adaptação, os resultados e a relação com o contratante. Portanto, como gestor, minha dica é contratar pessoas com perfil para a vaga”, sugere Salomão.

O segundo passo é, desde o início da contratação, expor metas, objetivos e regras, estabelecendo uma relação de transparência com o farmacêutico e deixando claro tudo o que ele pode vir a desenvolver dentro da farmácia, desde os serviços burocráticos aos serviços clínicos. Dessa forma, garante-se que o profissional esteja alinhado às estratégias do negócio.

Por fim e não menos relevante, criar oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional dentro da farmácia para aqueles que querem prosperar, estabelecendo metas por produtividade sem onerar a empresa. As premiações podem ser grandes estímulos e o bom é que sobre elas não incidem encargos trabalhistas e previdenciários.

Aposta em acadêmicos e formação para a cultura da empresa

No mercado, já existem redes de farmácias que apostam na contratação do farmacêutico quando ele está na faculdade. O objetivo é prepará-lo para as necessidades da empresa ainda durante a formação acadêmica, principalmente porque os cursos estão voltados apenas para habilidades técnicas e científicas, negligenciando conhecimentos sobre gestão, liderança e relacionamento.

Para o administrador, presidente da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e fundador da Farma Contábil, Luis Marins, ao trazer o acadêmico para dentro do negócio antes da conclusão do curso, é possível treiná-lo para todos os processos e criar nele condições para que desenvolva competências para supervisão e gerenciamento da farmácia.

Pesquisas indicam que essa prática reduz o turnover nas farmácias. “As empresas do varejo que adotaram esse modelo de contratação, empregando estagiários e trainees, entenderam como ele ajuda, logo no início da relação profissional, a identificar aqueles ou aquelas que têm aptidão para trabalhar no varejo farmacêutico. Isso colabora para que esses profissionais, se contratados no futuro, possam prosperar dentro da empresa, como farmacêutico, gerente ou gerente farmacêutico”, analisa Marins, que, assim como Salomão, transita no setor há muitos anos e conhece a fundo as necessidades de farmácias e drogarias.

Desgaste da relação com o tempo

Como o passar dos anos, mesmo que tenham tido um bom começo, a relação entre farmacêutico e proprietário pode se desgastar. É muito comum que existam queixas sobre remuneração baixa, falta de recompensas ou sobrecarga das atividades exercidas, mas, segundo Salomão, se o recrutamento e a seleção forem bem-feitos, as possibilidades de conflito diminuem.

“Em muitos casos, esses conflitos estão relacionados, por exemplo, ao fato de que o farmacêutico não se sente mais parte do negócio justamente porque o alinhamento das estratégias deixou de ocorrer no início dessa relação. Chega então o momento de chamá-lo, ver quais são suas intenções e se ele quer continuar no projeto de crescimento da empresa, para que se façam os alinhamentos necessários”, acrescenta o executivo.

Remuneração por serviços farmacêuticos melhora a relação?

“Todo profissional gosta de ser remunerado pelo que produz, seja balconista, seja farmacêutico. A venda na farmácia é uma atividade medida desde sempre pela produtividade. Não deve ser diferente pela prestação dos serviços farmacêuticos”, pontua Marins. Mas, para isso, o farmacêutico precisa estar qualificado. Muitas vezes, o farmacêutico sente-se incomodado por buscar qualificação, prestar o serviço e não receber nada em troca.

Além de remunerar pelos serviços, as empresas que têm condições também podem fazer investimentos na qualificação do farmacêutico para os serviços clínicos. Vários estudos indicam que tudo o que está agregado ao salário acaba fazendo com o profissional se sinta mais feliz no trabalho e integrado ao negócio. “Se o proprietário puder investir, principalmente se o farmacêutico estiver envolvido com as estratégias da empresa, o profissional vai ficar satisfeito, porque estará recebendo o benefício da qualificação”, comenta Salomão.

Mas meritocracia pressupõe premiar aqueles que têm mais méritos, trabalham mais, são mais dedicados, mais preparados. Portanto, a via é de mão dupla. Se a farmácia está fazendo a parte dela, mas ainda assim o farmacêutico não corresponde, seja transparente, explique por que todos os anseios dele ainda não puderam ser atendidos e deixe o profissional decidir se quer ficar ou se prefere buscar novas oportunidades que lhe farão mais feliz em outro lugar.

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