Muitos empreendedores do varejo farmacêutico que buscam economia tributária se perguntam frequentemente se estão ou não no melhor regime tributário. Quem ajuda a fazer uma boa análise para tomar a melhor decisão é Bruno Moura, da Farma Contábil, contador especializado em contabilidade para farmácias e drogarias.
Segundo ele, existem três fatores principais a serem analisados antes da tomada de decisão sobre permanecer ou mudar de regime tributário:
- Lucratividade;
- Folha de Pagamento;
- Faturamento.
Lucratividade na escolha do regime tributário
Se a farmácia tem alta lucratividade, pode ser que se encaixe melhor no Simples Nacional ou no Lucro Presumido, porque esses regimes tributários consideram o cálculo dos impostos sobre o faturamento, e não sobre o resultado.
Por outro lado, se a lucratividade é baixa – menor que 8% – , o Lucro Real costuma ser a melhor opção, porque esse regime tributário utiliza a lucratividade como base para cálculo dos impostos.
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Folha de Pagamento e faturamento
Quando a folha de pagamento é muito alta, isso pode indicar que o Simples Nacional é a melhor opção, pois a contribuição previdenciária é paga sobre o faturamento.
E por falarmos em faturamento, ele indica em qual regime tributário a farmácia deve se enquadrar, porque farmácias que faturam acima de R$ 500 mil por mês já não podem ficar no Simples Nacional e precisam escolher entre Lucro Presumido ou Lucro Real.
“Uma das principais características do varejo farmacêutico são faturamento alto e lucratividade baixa. Por isso, via de regra, é muito mais viável pagar os impostos sobre o resultado do que sobre o faturamento, o que levaria à escolha do Lucro Real, justamente para economizar no pagamento de tributos”, pontua Bruno.
O regime tributário e a saúde financeira da farmácia
Conforme elucida Bruno, os impostos são o segundo principal custo de uma farmácia, perdendo apenas para as compras de mercadorias e ficando na frente até da folha de pagamento. Portanto, é importantíssimo olhar com atenção para esses números, verificando se a empresa está pagando valores muito altos, porque o pagamento dos tributos impacta a lucratividade da farmácia.
“Ao contrário do que muitos pensam, o Simples Nacional nem sempre é o regime em que se paga menos impostos. Muitas vezes, o regime é escolhido sem o conhecimento necessário. E, como o Simples Nacional é o modelo menos burocrático, cria-se uma falsa sensação de que a empresa será menos tributada. Na verdade, não se deve definir o regime tributário com base na facilidade ou em uma possível proteção contra fiscalizações – o jeito certo de definir isso é fazendo análises de diversos fatores, como estoque e outras despesas”, afirma o especialista.
Como acertar na escolha?
Segundo Bruno, em primeiro lugar, é preciso confiar no contador. Em segundo, organizar e enviar todos os documentos para a contabilidade – inclusive quem está no Simples Nacional – porque todos os regimes tributários exigem organização e comunicação entre empresários e contadores para que a administração da farmácia seja bem-sucedida.
“Ao perceber a economia tributária que vai ter, o dono da farmácia sente-se mais seguro para mudar. Vale ressaltar que todos os documentos precisam ser enviados ao contador, ou seja, além do extrato bancário, envie também tudo o que existe de despesa em nome da farmácia, inclusive as que são pagas em espécie”, esclarece Bruno.
Consequências de erros na escolha do regime tributário
Ficar no regime tributário errado pode levar a prejuízos que vão além dos financeiros, como problemas com a fiscalização, punições da Receita Federal e erros estratégicos em outras tomadas de decisão.
Bruno pontua que muitas despesas podem ser utilizadas para abater impostos no regime de Lucro Real. Assim, o envio frequente dos documentos eleva as chances de se tomar a decisão certa sobre o regime tributário, além de evitar complicações e aumentar a lucratividade do negócio.
Quando mudar de regime tributário?
“O melhor período do ano para fazer a análise e troca de regime tributário é dezembro, quando se define o regime tributário a ser adotado no ano seguinte. A tomada de decisão precisa acontecer em dezembro, mas a análise pode inclusive ser iniciada antes”, finaliza Bruno.
Na Farma Contábil, 90% dos negócios estão no regime tributário do Lucro Real, mas há exceções, porque cada caso é um caso. Para saber o que é melhor para a sua farmácia, é só entrar em contato com nossa equipe de especialistas em contabilidade para o varejo farmacêutico.
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