Você sabe quais são os três maiores custos de uma farmácia e como essas despesas podem afetar o seu negócio? Quem explica é Cadri Awad, especialista em gestão de farmácias e Diretor de Cursos do Instituto Bulla.
1° maior custo da farmácia: CMV (Custo da Mercadoria Vendida)
O Custo da Mercadoria Vendida, popularmente conhecido pela sigla CMV, refere-se ao valor gasto pela farmácia para repor as mercadorias vendidas nas prateleiras e é o maior custo, porque se trata da reposição de estoque.
Cada farmácia, de acordo com o seu perfil de vendas, sortimento de produtos e posicionamento, terá um valor de CMV ideal. Conforme elucida Cadri, o perfil de vendas refere-se à margem de lucro da empresa – as vendas de produtos de maior rentabilidade reduzem o CMV, ou seja, quanto maior a margem de lucro bruto, menor é o CMV.
2° maior custo da farmácia: Impostos (Carga Tributária)
Atualmente, os impostos federais, o imposto estadual (ICMS) e o imposto municipal (ISS) somados podem representar até 13% do faturamento de uma farmácia – em via de regra, eles representam 10%, mas esse percentual varia de acordo com o regime tributário escolhido e o Estado (Unidade da Federação) em que a empresa está localizada.
Todos os anos, é recomendado que as farmácias analisem suas finanças, justamente para verificar se estão enquadradas no melhor regime tributário ou se uma mudança poderia reduzir significativamente a carga tributária.
O melhor momento para realizar essa análise é perto do fim de ano, porque é preciso organizar toda a documentação e contas do negócio antes de decidir manter ou alterar o regime tributário, mudança que somente pode ser feita até o fim de janeiro do ano seguinte.
É possível fazer uma simulação da carga tributária em cada um dos três regimes tributários disponíveis para as farmácias no Brasil, que são:
- Simples nacional;
- Lucro Real (um dos mais indicados para farmácias);
- Lucro Presumido.
Cadri faz um alerta importante sobre o Simples Nacional, dizendo que nem sempre ele é a melhor opção, ao contrário do que pensam muitos gestores de farmácias. Em alguns casos, a escolha estratégica de um novo regime tributário gera tanta economia que possibilita até mesmo a abertura de novas unidades, como aconteceu com uma farmácia localizada em Ribeirão Preto (São Paulo).
Quanto à reforma tributária, já se sabe que a Substituição Tributária deixará de existir no futuro. Na opinião do especialista, esse deve ser um ponto positivo para o varejo farmacêutico, pois a substituição tributária é uma operação complexa.
3° maior custo da farmácia: Folha de Pagamento
A folha de pagamento é uma despesa que se enquadra tanto nas despesas fixas quanto nas variáveis, porque, além dos salários fixos, há também as comissões ou premiações de vendedores.
As comissões são um percentual sobre as vendas, o que as tornam proporcionais ao rendimento. Por outro lado, independentemente da quantidade de produtos vendidos, o salário precisa ser pago regularmente aos colaboradores com diferentes tipos de contratos de trabalho, que jamais devem trabalhar sem registro em carteira.
Por isso, a recomendação do especialista é que esse custo não ultrapasse 8% do faturamento total da farmácia. Contudo, em algumas regiões, é mais difícil manter os gastos com a folha de pagamento em até 8% por conta do custo de vida e média salarial.
Outro ponto importante é que essa regra não vale para as farmácias com manipulação, pois a folha de pagamento desse tipo de estabelecimento pode chegar a representar 18% do faturamento total.
Além de passar por uma análise com uma contabilidade especializada no varejo farmacêutico para avaliar formas legais de diminuir os encargos sobre a folha de pagamento, é possível avaliar se não há colaboradores em excesso ou com trabalho desorganizado, tudo como forma de reduzir esse custo.
Este conteúdo também está disponível em formato de entrevista em vídeo no canal do YouTube da Farma Contábil, contabilidade especializada no varejo farmacêutico.
